As chuvas de meteoros são sem dúvidas um dos mais impressionantes eventos que podemos observar no céu noturno. Desde a antiguidade, elas se tornaram eventos de estudo da astronomia, o que pode ser evidenciado pelos diversos documentos que fazem referências a esse fenômeno.
O que são
Os meteoros são fenômenos luminosos que podem ser observados quando meteoroides, fragmentos de material sólidos como rochas e metais, passam pela atmosfera terrestre. São conhecidos popularmente como estrelas cadentes e podem ser visto de forma isolada ou associados a uma chuva de meteoros.
As chuvas de meteoros são resultantes da interação de quando um planeta, como a Terra, em sua órbita, atravessa uma região onde um cometa soltou em seu caminho, devido a ação do Sol, um rastro de detritos formado de gases e poeira. Ao entrar na atmosfera terrestre a velocidades altíssimas ficam incandescentes e deixam um rastro luminoso no céu, formando assim as popularmente chamadas “estrelas cadentes”.
Os meteoros são observados sempre vindo de um único ponto no céu denominado radiante, porém como as chuvas de meteoros tendem a durar alguns dias, o radiante muda um pouco a cada dia devido ao movimento de translação da Terra. Além disso, as chuvas de meteoros são nomeadas de acordo com a constelação na qual o radiante está localizado. Caso duas chuvas compartilhem uma constelação, o nome é dado de acordo com a estrela mais próxima do radiante no pico da chuva.
Quando acontece
As chuvas de meteoros são periódicas, sendo observáveis anualmente e, algumas delas, se destacam dentre as demais pelas suas características.
Quadrantídeas: é caracterizada pelas grandes bolas de fogo devido aos detritos da qual deriva serem maiores em comparação às outras chuvas. Ela é ativa entre 28 de dezembro e 12 de janeiro com pico geralmente no dia 2 ou 3 de janeiro quando podem ser visíveis entre 60 e 100 meteoros por hora, a partir do hemisfério norte. O seu radiante está localizado na constelação do Boieiro. Não pode ser observada muito bem no hemisfério sul
Lirídeas: é ativa entre 14 e 30 de abril. A atividade é máxima nos dias 21 ou 22, quando podem ser observados até cerca de 15 meteoros por hora. Seu radiante se encontra próximo a Vega, a estrela mais brilhante da constelação da Lira. Sua observação é melhor no hemisfério norte.
Eta-Aquarídeas: os primeiros meteoros dessa chuva, que possui seu radiante na constelação de aquário, podem ser vistos em 21 de abril e persistem até 12 de maio, sendo o pico nas noites de 4 e 5 de maio. Seus detritos derivam do famoso cometa Halley e pode ser melhor observada do hemisfério sul, de onde se pode ver cerca de trinta meteoros por hora.
Delta-Aquarídeas: Assim como a Eta-Aquarideas, possui seu radiante na constelação de aquário. Ativa entre os dias 12 de julho e 23 de agosto, mas a taxa de meteoros por hora costuma atingir o ponto máximo na madrugada de 28 para 29 de julho. É melhor observada no hemisfério sul.
Perseídeas: a mais famosa das chuvas de meteoros, é ativa entre 17 de julho 24 de agosto. Atinge seu pico em 12 ou 13 de agosto com máximo de 50 a 75 meteoros por hora e seu radiante está localizado na constelação de Perseu.
Orionídeas: Essa chuva de meteoros também é causada pelos detritos do Cometa Halley. É ativa entre 2 de outubro a 7 de novembro, com o pico entre os dias 20 e 22 e radiante na constelação de Orion. A taxa horária no hemisfério sul é de cerca de quarenta meteoros, enquanto no hemisfério norte é de somente vinte.
Leonídeas: essa chuva com radiante na constelação de Leão, são conhecidas por produzirem eventos que podem ser espetaculares a cada 33 anos, sendo histórico o que ocorreu entre 1833 (veja a figura). Nessas ocasiões, uma taxa espetacular de meteoros pode aparecer no céu. Esse fenômeno é melhor observado quando o cometa, de qual seus detritos derivam, está em seu periélio, ou seja, está mais próximo do Sol. Ativa entre 6 e 30 de novembro, com um pico máximo nas noites de 17 ou 18 do mesmo mês, em geral com taxa de 15 meteoros por hora. Em 2031 e 2064 está previsto que teremos taxas de impressionantes 100 meteoros por hora.
Geminídeas: Ativa entre 4 e 20 de dezembro, com o pico entre os dias 13 e 14. No hemisfério norte, durante os dias de pico, podem ser observados entre cinquenta e oitenta meteoros por hora. Já no hemisfério sul essa taxa reduz-se para vinte meteoros por hora. O radiante está localizado na constelação de gêmeos.
Como observar
As chuvas de meteoros podem ser vistos a olho nu, porém tenha em mente que alguns fatores são necessários para que a observação seja realizada com sucesso. A poluição luminosa, o céu com presença de nuvens ou nublado e a Lua nas suas fases luminosas, podem comprometer a observação a olho nu. Além disso é necessário que o local escolhido de observação seja escuro e possua o horizonte desempedido. A melhor forma, é ficar deitado, de modo a se olhar todo o céu acomodando-se de forma confortável e aguardando de 20 a 30 minutos para que a visão se adapte ao escuro para poder observar o fenômeno da melhor forma possível. Utilizar câmeras fotográficas com função de registro de tempo também é uma boa opção, caso queria registrar o momento.
Organizações e projetos
As chuvas de meteoros atraem diversos entusiastas e, em 1988, foi fundada a Organização Internacional de Meteoros. É uma associação de astrônomos amadores que se dedica a incentivar e coordenar atividades de observação de chuvas de meteoros em todo o mundo e fornece matérias relacionadas às descobertas e análises sobre meteoros. O site da organização conta com diversos registros de pessoas de diversos locais o planeta, que contribuem com informações relacionadas ao assunto, além de conter o calendário das chuvas de meteoros, onde dadas informações como sua duração, radiante com coordenadas, dia de pico da chuva e diversas outras informações detalhadas. No Brasil temos duas redes de monitoramento sem fins lucrativos de meteoros: a EXOS e a BRAMON. Elas trabalham produzindo e fornecendo dados científicos à comunidade, através da análise de suas capturas e registro de meteoros, além de fornecerem incentivo a produção de artigos científicos.
Links dos sites caso queira saber mais sobre os projetos:
Organização Internacional de Meteoros: https://www.imo.net
EXOS: https://press.exoss.org
BRAMON: http://www.bramonmeteor.org